O interesse na TV Barbante foi maior do que eu esperava. Apesar de ter sido feito literalmente no barbante, o que acabou pesando foi a inovação ou, como alguém comentou, "a coragem de se expor". Sim, é preciso que o seu produto esteja na vitrine, se você quiser que as pessoas comprem de você.
Recebi também perguntas sobre como é feita a TV Barbante. Aqui vai a receita:
"Pegue um rolo de barbante..." Brincadeira. Na verdade não é preciso muita coisa para competir com a Globo ou a CNN. Quando eu digo
"competir", quero dizer que você vai tirar dois ou três telespectadores daquelas redes durante os dois ou três minutos que vai durar seu programa.
Primeiro você precisa de uma câmera. Pode ser sua webcam, sua máquina fotográfica digital, filmadora digital ou filmadora VHS (uso uma JVC de fita, das antigas). Apenas uma vez gravei na fita para depois transferir para o micro (em
"Palavras permanecem"), mas o microfone da câmera capta o ruído do motor e o som fica horrível.
A minha é ligada ao micro via placa de captação de sinal analógico, mas isto porque estou na idade da pedra. Se você tem uma câmera digital seu sinal já entra via porta USB, evitando processos intermediários, como no meu caso. Mesmo assim consigo uma qualidade melhor do que com uma webcam, mas não mobilidade, porque meu notebook não tem entrada RCA analógica para ligar a filmadora. Aguardo a chegada de uma câmera de bolso que comprei, de menor qualidade de vídeo, para levar em minhas viagens e eventos. Pode sair algo interessante disso.
Uso um microfone comum de computador, enquanto não compro um decente de lapela, e gravo direto no Windows Movie Maker, um programa que vem junto com o Windows XP e é super fácil de usar. Para criar o som de fundo, usei o
Audacity e às vezes uso o
VirtualDub para trabalhar o vídeo. Ambos são grátis. Se quiser gastar um pouco, há ainda um programa específico para vlogs que ainda não comprei mas parece interessante:
Vlog it.
Onde apanho mesmo é da iluminação. Aprendi que não posso misturar diferentes fontes como janela, incandescente e fluorescente. Por isso fiquei com a fluorescente, mascarando a do teto para não criar sombras ou brilhos excessivos e usando mais duas fluorescentes contra a parede.
Depois é só abrir uma conta no
www.youtube.com para armazenar seu vídeo. Você pode usar o endereço do videolog que vai criar lá para convidar seus amigos, ou fazer como eu, criar um blog no
www.blogger.com e copiar o código que o YouTube vai gerar. Pronto, você já tem o seu vlog ou videolog. Se eu consegui, você também consegue. Se preferir, faça tudo direto no
www.videolog.tv da Embratel. Visite o site
www.freevlog.org (em português) que traz excelentes dicas para você começar. E dê uma passada por estes vlogs, geralmente bem cotados na Web:
Rocketboom (+ de 100 mil visitantes/dia)
TikiBar TVMom's Brag VlogMinnesota StoriesSecret Vlog InjectionScratch VideoKarmagrrrl (Rocketboom's LA correspondent, Zadi Diaz)
Taylor Street StudioMais uma coisa. Para minha
TV Barbante precisei também de uma lata de sardinhas, depois de comê-las com uma saladinha. Você pode usar lata de ervilha, vidro de azeitona, caixa de leite ou saco de salgadinho para criar sua logomarca.
Uma dica: Não tente fazer sua TV na Internet parecida com qualquer coisa que vê na TV convencional. Você nunca vai conseguir competir com a telona usando esta telinha horrorosa do computador. Ninguém vai deixar de assistir Mundo Animal (ainda existe?) para ver seu poodle correndo pela sala, ou o Larry King entrevistando a Julia Roberts para ver você entrevistando o suplente de secretário de alguma associação comercial de cidade do interior. Seja inovador, seja criativo, seja você!
Pléim! Pléim!
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